Sedentarismo começa na infância — e o governo não fala sobre isso

O sedentarismo infantil cresce com menos educação física, mais telas e falta de esportes nas escolas. Entenda como isso impacta a saúde ao longo da vida.

Paola pela Saúde

04/12/2025

Sedentarismo infantil no Brasil: um desafio silencioso

Vivemos em um tempo em que os movimentos espontâneos da infância dão lugar a longas horas diante de telas, e onde a escola diminui cada vez mais o espaço do brincar. O sedentarismo infantil no Brasil não é só uma preocupação de quem sente saudade dos dias de rua cheia; é um desafio de saúde pública, que impacta o presente e o futuro de nossas crianças – e, por consequência, das famílias.

O papel da escola e das telas: por que o sedentarismo infantil no Brasil cresce tanto?

Quando pensamos em sedentarismo infantil no Brasil, logo vem à mente a imagem de crianças trocando a rua pelo sofá, envolvidas em games e vídeos. Mas o cenário vai além. Em muitos estados, a disciplina de Educação Física é tratada como secundária ou até dispensável. A escola, que deveria ser um espaço de aprendizado do corpo e do movimento, passa a valorizar apenas os conteúdos tradicionais e esquece que criança precisa se mexer para aprender e se desenvolver plenamente.

Ao mesmo tempo, a rotina familiar mudou. Com pouco tempo disponível, muitos pais encontram nas telas uma alternativa prática para entreter os pequenos. Assim, horas valiosas de brincadeiras viram minutos de sedentarismo acumulado, e o movimento deixa de ser cotidiano. Estudos mostram que crianças ativas são mais atentas, têm melhor desempenho escolar e menos sintomas de ansiedade – resultados que reforçam a importância de políticas públicas e escolares que valorizem a atividade física já na infância.

Desigualdade de acesso e consequências para a vida adulta

Outro ponto preocupante é a falta de estrutura nas escolas públicas. A ausência de quadras adequadas, materiais e profissionais dificulta o acesso ao esporte, transformando uma necessidade vital em privilégio. Na prática, o sedentarismo infantil no Brasil não atinge todas as famílias do mesmo jeito: quem depende da escola para garantir esse direito fica ainda mais vulnerável.

Os impactos disso vão além da infância. Crianças sedentárias têm maiores riscos de desenvolver obesidade, diabetes, hipertensão e dores crônicas no futuro. O ciclo se repete: quem não aprende a se movimentar desde cedo encontra mais barreiras para mudar hábitos na vida adulta. E, infelizmente, quando a responsabilidade é jogada apenas sobre as famílias, sem apoio do Estado, aumentam ainda mais as desigualdades.

Como promover mudanças reais dentro das famílias e escolas

  • Incentive pequenas rotinas de movimento diário em casa: caminhadas, danças, brincadeiras ativas valem ouro.
  • Se possível, converse com a escola sobre a importância da Educação Física e cobre espaços adequados e bem utilizados.
  • Reduza o tempo de tela com acordos claros e proponha atividades atrativas que envolvam o corpo.
  • Lembre-se: cada família vive uma realidade, mas todo movimento, por menor que seja, faz diferença.

É urgente que a sociedade e o governo vejam a atividade física na infância como prioridade, e não como um luxo ou mero detalhe do currículo escolar.

Se queremos adultos saudáveis, precisamos valorizar o corpo, o brincar e a experimentação do mundo desde já. Cada passo, pulo ou corrida hoje é investimento na autonomia, autoestima e bem-estar do amanhã.

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Perguntas frequentes

Quais são os principais riscos do sedentarismo para crianças?

Crianças sedentárias têm mais propensão a desenvolver obesidade, problemas cardíacos, diabetes e dificuldades no aprendizado. Além disso, podem apresentar atraso no desenvolvimento motor e maior risco de ansiedade e problemas de sono.

Como equilibrar o uso de telas e as atividades físicas na rotina infantil?

O ideal é criar horários específicos para o uso de telas e reservar momentos para brincadeiras ao ar livre, caminhadas ou esportes. Vale a pena envolver toda a família nessas atividades, tornando o movimento algo divertido e presente no dia a dia.

O que fazer se a escola do meu filho não oferece boas aulas de Educação Física?

Caso perceba essa dificuldade, reúna-se com outros pais para dialogar com a direção e buscar alternativas. Sugira parcerias locais, oficinas extracurriculares ou eventos esportivos. Toda iniciativa conta para ampliar o acesso das crianças ao movimento e à saúde.

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