Exercícios físicos no câncer de mama: movimento como aliado na jornada de cura
Receber um diagnóstico de câncer de mama traz consigo uma montanha-russa de emoções. O medo, a insegurança e a incerteza sobre o futuro são sentimentos absolutamente naturais e válidos. E, em meio a tudo isso, é compreensível que muitas mulheres pensem em pausar completamente os treinos para “poupar energia” e descansar.
Mas e se eu te contar que o movimento pode ser seu maior aliado agora?
O movimento como aliado, não como inimigo
Quando começamos a processar o diagnóstico e pensar no dia a dia, a primeira reação costuma ser cortar o exercício físico da rotina. Parece lógico, né? Mas a ciência tem mostrado algo surpreendente: o exercício pode ser fundamental para melhorar sua qualidade de vida durante e após o tratamento.
Não estou falando de virar atleta de alto rendimento ou de ignorar os sinais do seu corpo. Claro que o descanso tem seu lugar! Mas manter-se minimamente ativa ajuda seus sistemas corporais a funcionarem melhor justamente quando você mais precisa deles.
O que dizem os especialistas
A American Cancer Society e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos recomendam que sobreviventes de câncer pratiquem:
- 150 minutos de atividade física moderada por semana (tipo uma caminhada em ritmo confortável)
- OU 75 minutos de atividade vigorosa (como uma corrida leve)
- Mais 2 sessões de treino de força por semana
Parece muito? Lembre-se: são diretrizes que podem (e devem!) ser adaptadas à sua realidade e ao seu momento.
Os benefícios reais do exercício
💪 Qualidade de vida em primeiro lugar
Uma grande análise científica avaliou 18 estudos diferentes e descobriu que sessões de exercício de médio a longo prazo (45 a 90 minutos) tiveram efeitos positivos impressionantes na qualidade de vida. O treino combinado (aeróbico + força) mostrou os melhores resultados, especialmente quando supervisionado por profissionais — o que melhora não só os resultados físicos, mas também a motivação e a adesão.
❤️ Seu coração agradece
Um estudo com mais de 1.200 mulheres mostrou que o exercício aumentou significativamente a capacidade cardiorrespiratória. E tem mais: treinar em grupo teve efeitos ainda melhores na redução da fadiga e no condicionamento cardiovascular. Mais um motivo para não se isolar, né?
💪 Força de volta aos braços
Muitas mulheres se preocupam com a perda de força nos membros superiores, especialmente após cirurgias. A boa notícia? Estudos demonstram que exercícios de resistência (musculação, por exemplo) melhoram significativamente a força da parte superior do corpo. E olha que interessante: treinos de alta intensidade por mais de 150 minutos semanais mostraram ótimos resultados com baixíssima incidência de problemas.
😴 Adeus, fadiga!
Aqui está um dado que pode te surpreender: até 90% das pacientes em radioterapia e 80% das que fazem quimioterapia sentem uma fadiga profunda, diferente de qualquer cansaço comum.
E sabe o que funciona melhor que medicamentos para combater isso? Exercício! Diferente dos remédios que apenas aliviam temporariamente, o exercício ataca as causas da fadiga. É como tratar a raiz do problema, não só tampar o buraco.
🧠 Saúde mental também conta
Exercício libera endorfinas — aquelas substâncias que nos fazem sentir bem. Pelo menos 30 minutos de atividade moderada já são suficientes para melhorar o humor. E convenhamos, em um momento tão desafiador, toda ajudinha é bem-vinda, né?
🌊 E o linfedema?
Antigamente, profissionais de saúde recomendavam evitar levantar peso para prevenir o linfedema (aquele inchaço que pode acontecer após a remoção de gânglios linfáticos). Mas as pesquisas mais recentes, como a publicada no Journal of Cancer Survivorship, mostraram algo revolucionário: levantamento de peso leve pode até PREVENIR o linfedema — ou, no mínimo, não piorá-lo.
Claro, isso sempre com liberação e acompanhamento médico!
Como começar?
O segredo não está em fazer tudo de uma vez, mas em começar. Aqui vão algumas sugestões:
Para exercícios cardiovasculares: Caminhada, corrida leve, bicicleta, natação ou remo. O ideal são 30 minutos, cinco vezes por semana. Mas se você só conseguir 10 minutos no início, já é um começo incrível!
Para treino de força: Comece leve e vá progredindo gradualmente. Um profissional de educação física com experiência em oncologia pode fazer toda a diferença aqui.
A mensagem que quero deixar
Milhares de pesquisas confirmam: mulheres que se mantêm ativas durante e após o tratamento do câncer de mama têm melhor qualidade de vida, menos efeitos colaterais e, pasmem, até menores chances de recorrência do câncer.
Não estou dizendo que é fácil. Sei que tem dias que você não vai ter energia nem para sair da cama, e tudo bem. Mas nos dias em que conseguir, mexa-se um pouquinho. Seu corpo, sua mente e seu futuro vão te agradecer.
O exercício melhora o humor, reduz a fadiga, aumenta a resistência e ajuda você a se sentir mais no controle da sua própria história. E, convenhamos, em um momento em que tanto parece estar fora de controle, isso não tem preço.
Você é mais forte do que imagina. E o movimento pode te lembrar disso todos os dias. 💗
Se você deseja receber orientações personalizadas, materiais de apoio e um espaço acolhedor para seguir essa jornada de leveza, inscreva-se no formulário abaixo e acesse nossa área de membros. Junte-se a outras mulheres que, assim como você, redescobrem a força em cada movimento!
Perguntas frequentes
Posso começar a me exercitar durante o tratamento de câncer de mama?
Sim, geralmente é possível iniciar atividades leves, desde que haja liberação médica. O ideal é adaptar o ritmo e escolher movimentações agradáveis, priorizando o bem-estar e evitando excessos.
O exercício físico pode piorar o linfedema?
Quando feitos de forma supervisionada e com cautela, exercícios podem inclusive prevenir ou controlar o linfedema. Sempre busque orientação profissional antes de iniciar novas práticas.
Quais tipos de exercícios são mais recomendados?
Caminhadas, natação, treinos de força leves, yoga e pilates são ótimas opções. O fundamental é adaptar à sua realidade, priorizando prazer, segurança e regularidade.
Existe um momento ideal do dia para praticar?
O horário é aquele que melhor encaixa na sua rotina e onde você se sente mais disposta. Respeite sinais do corpo e lembre-se de que pequenos períodos já fazem diferença.







