Obesidade abdominal: o que a balança não revela sobre você

Descubra como a gordura abdominal afeta sua saúde e por que o peso nem sempre é um bom indicador do seu bem-estar.

Paola Doutora

23/10/2025

Quando o peso está normal, mas a saúde pede atenção: os riscos da obesidade abdominal em pessoas magras

Você sobe na balança, o número está dentro do esperado, o IMC aparece como “normal” e você pensa: “ótimo, estou saudável!”. Mas será que é só isso mesmo?

Um estudo global publicado na revista JAMA Network Open na última sexta-feira (17) trouxe um alerta importante: 1 em cada 5 pessoas com IMC normal tem obesidade abdominal — e muitas nem desconfiam disso.

O que a pesquisa descobriu?

Os pesquisadores analisaram dados da Organização Mundial da Saúde de 471 mil adultos em 91 países diferentes. E sabe o que encontraram? Cerca de 21,7% das pessoas com peso considerado “normal” apresentavam acúmulo de gordura na região da cintura, uma condição que aumenta significativamente o risco de:

  • Pressão alta
  • Diabetes tipo 2
  • Colesterol elevado
  • Triglicerídeos altos

Ou seja, o corpo pode parecer saudável por fora, mas por dentro está pedindo socorro.

Quando a balança te engana

Aqui está o grande problema: ter um IMC entre 18,5 e 24,9 (a faixa “saudável”) não significa automaticamente que está tudo bem. Se a sua cintura mede mais de 80 cm (mulheres) ou 94 cm (homens), você pode ter o que os especialistas chamam de “obesidade de peso normal”.

“Mas Paola, como assim? Meu peso está ok!”

Calma, vou te explicar. O problema não é necessariamente quanto você pesa, mas onde a gordura está se acumulando. Existe um tipo de gordura chamada gordura visceral, que fica escondida entre os seus órgãos internos — fígado, pâncreas, intestinos. E essa, minha amiga, é a mais perigosa de todas.

Por que a gordura visceral é tão problemática?

Diferente daquela gordurinha que você vê e aperta (a subcutânea), a gordura visceral é metabolicamente ativa. Isso significa que ela não fica ali parada, quietinha. Ela libera substâncias inflamatórias que bagunçam todo o seu metabolismo e aumentam drasticamente o risco de doenças cardiovasculares e metabólicas.

É tipo ter um incêndio acontecendo dentro de casa, mas a fachada continua bonitinha. Por fora, tudo parece normal. Por dentro, o estrago está acontecendo.

Quem tem mais risco?

O estudo identificou alguns fatores fortemente associados à obesidade abdominal em pessoas com peso “normal”:

🚶‍♀️ Sedentarismo — pessoas fisicamente inativas têm 60% mais chances de ter a condição. Sessenta por cento! Deixa isso afundar um pouquinho.

🥗 Alimentação pobre em frutas e vegetais — quanto menos comida de verdade, maior o risco

📚 Menor nível de escolaridade — o que reflete, muitas vezes, menos acesso à informação de qualidade sobre saúde

💼 Desemprego e vulnerabilidade socioeconômica — dificultando acesso a alimentos saudáveis e ambientes seguros para atividade física

O IMC não conta a história toda

Aqui está a grande lição desse estudo: confiar apenas no IMC pode criar uma falsa sensação de segurança.

O IMC é uma medida útil, sim, mas limitada. Ele não diferencia músculo de gordura e muito menos te diz onde essa gordura está localizada. Você pode ter um IMC “perfeito” e ainda assim estar acumulando gordura exatamente onde não deveria.

Por isso, cada vez mais especialistas defendem que a circunferência da cintura seja incluída como indicador de saúde metabólica. É simples, barato e dá uma informação valiosa que a balança não consegue te dar.

E agora, o que fazer?

Se você se identificou com essa situação, respira. Não é motivo para pânico, mas é um alerta importante para agir. A boa notícia? Gordura visceral responde muito bem a mudanças no estilo de vida!

Movimente-se mais: Atividade física regular é fundamental. Não precisa virar atleta, mas precisa tirar a bunda da cadeira. Caminhada, dança, musculação, natação — escolha o que você gosta e vai fazer de verdade.

Priorize comida de verdade: Mais vegetais, frutas, proteínas magras, gorduras boas. Menos ultraprocessados, açúcar escondido e porcaria industrializada.

Durma bem: Sono de qualidade ajuda a regular hormônios que controlam o acúmulo de gordura.

Gerencie o estresse: Cortisol alto está diretamente relacionado ao acúmulo de gordura abdominal.

A mensagem que fica

Este estudo nos lembra que saúde é muito mais complexo do que um número na balança. Você pode estar “dentro do peso” e ainda assim precisar cuidar melhor do seu corpo.

Não se trata de estética. Não é sobre ter barriga chapada para o verão. É sobre entender que seu corpo pode estar silenciosamente pedindo atenção — e você tem o poder de responder a esse pedido.

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Perguntas frequentes

Como saber se tenho gordura abdominal?

Você pode medir a circunferência da cintura com uma fita métrica, na altura do umbigo. Valores acima de 80 cm para mulheres e 94 cm para homens indicam um acúmulo indesejado de gordura visceral, independentemente do seu peso.

Qual a diferença entre gordura visceral e subcutânea?

A gordura subcutânea está logo abaixo da pele. Já a visceral envolve órgãos internos e está mais fortemente associada a riscos de doenças metabólicas.

É possível reduzir a gordura abdominal apenas com dieta?

A melhor estratégia une alimentação equilibrada, atividade física regular e boa gestão do estresse. Mudanças leves e consistentes ao longo do tempo trazem resultados mais duradouros e saudáveis.

Por que o sono influencia na gordura abdominal?

O descanso inadequado desregula hormônios que controlam fome e acúmulo de gordura, favorecendo o depósito na região abdominal. Priorizar noites bem dormidas é parte essencial do autocuidado.

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Ahmed KYAychiluhm SBThapa S, et al. Cardiometabolic Outcomes Among Adults With Abdominal Obesity and Normal Body Mass Index. JAMA Netw Open. 2025;8(10):e2537942. doi:10.1001/jamanetworkopen.2025.37942

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