Dieta, exercício e hábitos: possível acelerar o metabolismo?

Termos como "acelerar o metabolismo" são comuns, e "desaceleração metabólica" é citada no fracasso de mudanças. Mas podemos mudar o metabolismo?

22/10/2024

O metabolismo engloba um conjunto de reações químicas que ocorrem no corpo, com o propósito de produzir compostos importantes — como hormônios, enzimas e músculos — e de realizar a quebra de moléculas para liberar energia. Esses processos são fundamentais para manter a integridade e o equilíbrio do corpo. Quando o metabolismo não funciona corretamente, saímos desse equilíbrio, e isso pode resultar em problemas de saúde.

A produção e o gasto de energia são processos regulados por diversos elementos, sendo as mitocôndrias cruciais nesse processo. Elas extraem energia dos nutrientes — proteínas, gorduras e carboidratos — que obtemos através da alimentação.

Algumas condições aumentam a necessidade de energia, estimulando a atividade celular e mitocondrial, como:

 

  • Taxa Metabólica Basal (TMB): quantidade mínima de energia necessária para manter o corpo em funcionamento enquanto está em repouso.
  • Efeito térmico dos alimentos (ETA): energia necessária para a digestão e absorção dos alimentos, representando cerca de 10% das calorias diárias.
  • Atividade física: promove gasto calórico tanto durante quanto após o exercício.
  • Termogênese da atividade não-exercício (NEAT): energia gasta em atividades cotidianas, como andar ou gesticular.
  • Outros fatores: idade, altura, peso, sexo, quantidade de massa muscular, hormônios, e condições como gravidez, amamentação e patologias diversas podem afetar o metabolismo. Em geral, quanto maior a massa corporal, maior será o gasto energético para manter as funções vitais.

 

O papel das células também influencia o metabolismo. Células musculares, nervosas e hepáticas consomem mais energia que as células de gordura, e embora certos fatores possam alterar o uso de energia temporariamente, as células tendem a operar de acordo com sua função. Construir mais massa muscular é uma estratégia eficiente para “dar um impulso” no metabolismo, já que o músculo, ao contrário da gordura, demanda mais energia para se manter ativo.

Embora fatores individuais possam causar pequenas alterações no metabolismo, eles raramente são suficientes para mudanças significativas. O corpo possui um limite de gasto energético diário, e ao ultrapassá-lo, ele compensa reduzindo o gasto em outras atividades. Essa adaptação pode explicar por que ajustes de estímulos são necessários para melhorias no desempenho.

 

O metabolismo pode mudar com dieta e exercício?

Para controlar o metabolismo, é crucial manter o balanço energético, ou seja, o equilíbrio entre a ingestão calórica e o gasto energético. O efeito térmico dos alimentos, especialmente das proteínas, também contribui para esse processo. O consumo de proteínas exige mais energia para ser processado do que carboidratos, o que aumenta o gasto calórico. Além disso, a proteína e as fibras ajudam a promover a saciedade, contribuindo para o controle da ingestão alimentar.

 

O envelhecimento impacta o metabolismo?

É comum acreditar que o metabolismo desacelera aos 30 ou 40 anos, resultando em ganho de peso. No entanto, a redução significativa do metabolismo ocorre apenas após os 60 anos, em média. Essa queda muitas vezes está associada à diminuição da prática de exercícios de força, que são fundamentais para manter a massa muscular ao longo da vida.

 

Dicas para otimizar o metabolismo

 

  • Aumente a ingestão de proteínas. Além de promover a saciedade, o efeito térmico das proteínas é mais elevado comparado aos carboidratos e gorduras, resultando em um aumento temporário no metabolismo.
  • Evite bebidas açucaradas. O excesso de frutose, presente em muitas dessas bebidas, pode reduzir o metabolismo e aumentar o acúmulo de gordura no abdômen e no fígado.
  • Mantenha-se ativo. Incorporar pequenas atividades ao longo do dia, como caminhar ou usar escadas, pode aumentar o gasto energético.
  • Faça musculação. O treinamento de força é uma excelente maneira de evitar a redução do metabolismo, já que o músculo consome mais energia que a gordura.
  • Priorize o sono. Dormir adequadamente é fundamental para manter o metabolismo ativo e prevenir o ganho de peso.

 

Essas estratégias podem ajudar a manter o metabolismo funcionando de forma otimizada, promovendo bem-estar e saúde a longo prazo.

Comentar

Inscrever-se
Notificar de
guest
1 Comentário
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Thales Morais
Thales
29 dias atrás

Muito bom

Faça parte das nossas comunidades:

Gornall, J.; et al. Short-term changes in body composition and metabolism with severe dieting and resistance exercise.

Int J Sport Nutr. 1996 Sep;6(3):285-94. Barrows, K.; et al. Effect of a high-protein, very-low-calorie diet on resting metabolism, thyroid hormones, and energy expenditure of obese middle-aged women.

Am J Clin Nutr. 1987 Feb;45(2):391-8. Kouda, K.; et al. Metabolic response to short-term 4-day energy restriction in a controlled study. Environ Health Prev Med. 2006 Mar; 11(2): 89–92.

Redman, L.M.; et al. Metabolic and behavioral compensations in response to caloric restriction: implications for the maintenance of weight loss. PLoS One. 2009;4(2):e4377. doi: 10.1371/journal.pone.0004377. Epub 2009 Feb 9.

Halton, T.L.; et al. The effects of high protein diets on thermogenesis, satiety and weight loss: a critical review. J Am Coll Nutr. 2004 Oct;23(5):373-85.

Westerterp-Plantenga, M.S.; et al. High protein intake sustains weight maintenance after body weight loss in humans. Int J Obes Relat Metab Disord. 2004 Jan;28(1):57-64.

Westerterp, K.R. Diet induced thermogenesis. Nutr Metab (Lond). 2004; 1: 5.

Ebbeling, C.B.; et al. Effects of dietary composition on energy expenditure during weight-loss maintenance. JAMA. 2012 Jun 27;307(24):2627-34.

Soenen, S.; et al. Normal protein intake is required for body weight loss and weight maintenance, and elevated protein intake for additional preservation of resting energy expenditure and fat free mass. J Nutr. 2013 May;143(5):591-6. doi: 10.3945/jn.112.167593. Epub 2013 Feb 27.

Villablanca, P.A.; et al. Nonexercise activity thermogenesis in obesity management. Mayo Clin Proc. 2015 Apr;90(4):509-19. doi: 10.1016/j.mayocp.2015.02.001.

Mansoubi, M.; et al. Energy expenditure during common sitting and standing tasks: examining the 1.5 MET definition of sedentary behaviour. BMC Public Health. 2015 May 29;15:516. doi: 10.1186/s12889-015-1851-x.

Manini TM. Energy expenditure and aging. Ageing Res Rev. 2010;9(1):1-11. doi:10.1016/j.arr.2009.08.002.

Garbarino, S.; et al. Co-Morbidity, Mortality, Quality of Life and the Healthcare/Welfare/Social Costs of Disordered Sleep: A Rapid Review. Int J Environ Res Public Health. 2016 Aug 18;13(8).

Spaeth, A.M.; et al. Resting metabolic rate varies by race and by sleep duration. Obesity (Silver Spring). 2015 Dec;23(12):2349-56. doi: 10.1002/oby.21198. Epub 2015 Nov 5.

Buxton, O.M.; et al. Adverse metabolic consequences in humans of prolonged sleep restriction combined with circadian disruption. Sci Transl Med. 2012 Apr 11;4(129):129ra43.

Cruz-Jentoft AJ, Baeyens JP, Bauer JM, Boirie Y, Cederholm T, Landi F et al. Sarcopenia: European consensus on de?nition and diagnosis: Report of the European Working Group on. Sarcopenia in Older People. Age Ageing. 2010;39(4):412-23.

Malik, V.S.; et al. Fructose and Cardiometabolic Health: What the Evidence From Sugar-Sweetened Beverages Tells Us. Mayo Clin Proc. 2015 Mar;90(3):372-81.

DiNicolantonio, J.J.; et al. Added fructose: a principal driver of type 2 diabetes mellitus and its consequences. Mayo Clin Proc. 2015 Mar;90(3):372-81. doi: 10.1016/j.mayocp.2014.12.019. Epub 2015 Jan 29.

Shimokata H, Kuzuya F. [Aging, basal metabolic rate, and nutrition]. Nihon Ronen Igakkai Zasshi. 1993 Jul;30(7):572-6. Japanese. doi: 10.3143/geriatrics.30.572. PMID: 8361073.

Cox, C.L.; et al. Consumption of fructose-sweetened beverages for 10 weeks reduces net fat oxidation and energy expenditure in overweight/obese men and women. Eur J Clin Nutr. 2012 Feb;66(2):201-8.

Sin-Jin M, Long-Jiang Y. Oxidative Stress, Molecular In?amammation and Sarcopenia. Int J Mol Sci. 2010;11(4):1509-26.

Lührmann PM, Bender R, Edelmann-Schäfer B, Neuhäuser-Berthold M. Longitudinal changes in energy expenditure in an elderly German population: a 12-year follow-up. Eur J Clin Nutr. 2009 Aug;63(8):986-92. doi: 10.1038/ejcn.2009.1. Epub 2009 Feb 4. PMID: 19190667.

von Loeffelholz C, Birkenfeld A. The Role of Non-exercise Activity Thermogenesis in Human Obesity. [Updated 2018 Apr 9]. In: Feingold KR, Anawalt B, Boyce A, et al., editors. Endotext [Internet]. South Dartmouth (MA): MDText.com, Inc.; 2000-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK279077/

Ibrahim, M.; et al. Energy Expenditure and Hormone Responses in Humans After Overeating High-Fructose Corn Syrup Versus Whole-Wheat Foods. Obesity (Silver Spring). 2018 Jan;26(1):141-149.

Stanhope, K.L.; et al. Fructose Consumption: Considerations for Future Research on Its Effects on Adipose Distribution, Lipid Metabolism, and Insulin Sensitivity in Humans. J Nutr. 2009 Jun; 139(6): 1236S–1241S.

Stanhope, K.L.; et al. Consuming fructose-sweetened, not glucose-sweetened, beverages increases visceral adiposity and lipids and decreases insulin sensitivity in overweight/obese humans. J Clin Invest. 2009 May;119(5):1322-34.

Schwarz, J.M.; et al. Effect of a High-Fructose Weight-Maintaining Diet on Lipogenesis and Liver Fat. J Clin Endocrinol Metab. 2015 Jun;100(6):2434-42.

Aristizabal, J.C.; et al. Effect of resistance training on resting metabolic rate and its estimation by a dual-energy X-ray absorptiometry metabolic map. Eur J Clin Nutr. 2015 Jul;69(7):831-6.

Ades, P.A.; et al. Resistance training increases total daily energy expenditure in disabled older women with coronary heart disease. J Appl Physiol (1985). 2005.

Stiegler, P.; et al. The role of diet and exercise for the maintenance of fat-free mass and resting metabolic rate during weight loss. Sports Med. 2006;36(3):239-62.

Heymsfield, S.B.; et al. Body-size dependence of resting energy expenditure can be attributed to nonenergetic homogeneity of fat-free mass. Am J Physiol Endocrinol Metab. 2002 Jan;282(1):E132-8.

Kirk, E.P.; et al. Minimal resistance training improves daily energy expenditure and fat oxidation. Med Sci Sports Exerc. 2009 May;41(5):1122-9.

Westcott, W.L. Resistance training is medicine: effects of strength training on health. Curr Sports Med Rep. 2012 Jul-Aug;11(4):209-16.

Zhaoyang, F. Hanson, R.W. Berger, N. A. Trubitsyn, A. Reprogramming of energy metabolism as a driver of aging. Oncotarget, Vol. 7, No. 13, 2016.

Porkka-Heiskanen, T. Kalinchuk, A. Alanko, L. Urrila, A. Stenberg, D. Adenosine, Energy Metabolism, and Sleep. TheScientificWorld Journal (2003) 3, 790-798.

Newsletter do Kilorias

O melhor do bem-estar. Receba quinzenalmente na sua caixa de entrada as novidades sobre saúde e bem-estar.

Receba o melhor do bem-estar com a newsletter do Kilorias!